1ª - Devaneios estão proibidos na hora de passar roupa. Estraguei o silk de uma blusa da Laura porque passei o ferro em cima.
2ª - Nunca mais usar uma blusa que a minha madrinha deu pra Laura. É impossível de deixar totalmente lisinha.
Uma das primeiras coisas que eu pensei quando fiquei grávida foi bem assim: Caralho, como vou fazer comida pra essa criança?
Num desses surtos minha mãe me ensinou a fazer arroz. Hoje faço um arroz que é uma maravilha, só arroz.
Talvez por esses meus “dotes culinários” que eu amamentei quase que exclusivamente por 6 meses.
E o dia da primeira papinha? Como irei fazer tal coisa... a pediatra mandou colocar 3 legumes, 2 verduras, folhas verdes, sal, um pouco de óleo de milho e um pedaço de carne (eca!) pra dar gosto. E qual a diferença de verdura e legume mesmo? Pode por tomate sendo que tomate é fruta?
Acabou que a primeira papinha foi só batata com sal, amassadinha. Ela nem comeu. Acho que nem eu comeria também. Foi quando resolvi ver a minha mãe fazer a comida da Laura pra eu poder fazer algo decente. Mas ela nunca comia direito.
Foi quando descobri que ela gosta de “comida de gente”: arroz, feijão, bife e se possível batata frita. Aí eu fui pra galera... minha salvação: Toitys! Meu marmitex preferido.
Hoje só faço uns legumes pra incrementar o “papá” dela.
Viva Toitys!
A seguir fotos de como fica a cozinha quando eu entro nela pra fazer a comida e a Laura liga o tsunami que existe dentro dela.
Disse que não iria chorar, segurei até o fim mas quando a vi balançando a mãozinha dando “tchau” toda sorridente... não agüentei. Disparei a chorar... e chorei!
Saí da rodoviária antes do ônibus começar a viagem, estava muito atordoada. Cheguei para pagar o estacionamento e a moça me disse: “É R$1,50” e eu não achava nenhuma moeda na minha bolsa enorme pois chorava que parecia que tinham arrancado um pedaço de mim, mas pensando por esse lado, a Laura é um pedaço de mim, ela foi feita por mim. O pai dela ajudou, lógico, mas só no começo, dando a sementinha, as outras 39 semanas foram comigo! Levaram um pedaço de mim pra passear!
Enfim, fiquei meia hora pra achar R$1,50 de dentro da bolsa, no fim peguei, coloquei tudo o que tinha dentro da bolsa no chão o povo passava e devia achar que eu estava chorando porque não tinha dinheiro ou sei lá, talvez eles já estejam acostumados com pessoas chorando na rodoviária.
Até agora (domingo de manhã) só tenho pequenas notícias dela porque minha sogra acha que se eu falar com ela vai haver uma choradeira danada. Mas ela perguntou de mim... sim! Ela lembrou que tem mãe, ou mamá, não sei.
Laura: Mamãe?
Vó: Tá na escola.
Laura: Há tá.
Já tentei pensar pelo lado bom, pude beber com amigos na sexta-feira, coisa que não fazia há anos, arrumar meu cabelo no sábado, passar o sábado na casa da Alzira, ex-professora do Pedro com seus projetos mirabolantes, dormir tarde, acordar pra ir num churrasco, beber com os mesmo amigos, fica bem feliz, amar todo mundo, pagar mico, pular na piscina de biquíni (uma coisa que eu não fazia há uns 5 anos, sem brincadeira), chegar em casa, tomar banho, dormir no tapete, sair pra ir no Habibs comprar esfihas, encontrar a minha melhor amiga, chegar em casa e ficar namorando meu marido.
Hoje, último dia de feriado, vou estudar, se alguém não me chamar pra beber pra rebater a ressaca.
Outra viagem da Laura, só ano que vem."Faz uma careta aí Laura"
Laura com a roupa da mamãe
Laura Tsunami* de rosa / Março/2008
*Depois explico o Tsunami