domingo, 30 de março de 2008

Crônica para Dormir

Escrevi quando a Laura tinha 3 meses e meio


O que se passa na cabeça de um bebê de 3 meses num sábado de manhã

Ô mããe... acordei!!
Mãe? Pai? Alguém?
Acordei olha!! Venham me ver!!
Ninguém? Vou usar minhas armas mágicas então.
(Começa a bater as pernas e os braços)
Ê mas esse povo ta difícil hoje! Vou ter que começar a fazer mais barulho... não você barriguinha... ai to com fome!!
“Fuuu funhééééé”
Ó! Um cabelo vermelho! Mamãe! Darei um belo sorriso, ela adora!
Mamãe, mamãe, depressa! Quero mamar, quero mamar, quero mamaaaaaar. Meu Deus que demora com esse mamá!! Tá me irritando... vou chorar... olha que eu vou mesmo hein...
Opa! Opa! Ali, ali, ali, não não, aqui, aqui! Leeeiteeee!!
Obrigada mamãe.
(Olhos brilhando)
Essa coisa de mamar dá sono né mamãe? Nooossa, meu olho fica pesaaaado, parece que vou voltar a dormir de tão bom...
(Fecha o olho)
Mas eu não quero dormir! Que que é isso? Acabei de acordar, tô aqui com a minha mãe me dando um mamázinho perfeitinho e eu querendo dormir? Que que é isso?
(Cochila no peito)
Nããão!! Ô mãe! Por que que você me tirou do meu café da manhã? Dá mais!
(Volta a cochilar)
Não, não! Eu não quero dormir agora...
(arroto)
Mãe, por que que você tá me deitando? Eu não quero dormir! Eu não quero dormir!
“Fu fu funhéééé”
Se bem que esse cobertorzinho me deu uma bodeira, uma soneira, será que se eu fechar o olho ela vai me voltar pro berço? Vai não né mãe? Gosto de dormir aqui na cama com você! É grande né! Quando eu crescer eu vou...
(Dorme)
“Haaaaaa”
(Começa a esfregar a mão na cara)
Bom dia mão! Como que você está? Vou por você na boca um pouquinho, sabe como é né, tô com sono mas não quero dormir, quero ver se a minha mãe me tira dessa cama aqui e me coloca num lugar mais movimentado pra eu ficar acordada pra aproveitar o dia.
Nossa, será que é o frio? Já tá me dando sono de novo... vou ter q usar a minha última arma pra minha mãe me tirar da cama... meu lindo e maravilhoso sorriso banguela... ainda não sei o que tudo isso significa... mas ela vive falando isso pra todo mundo...
(Lindo e maravilhoso sorriso banguela)
Há quer saber? Vou dormir! Ela não ta querendo nada comigo mesmo, olha lá! Tá com mais sono do que eu! Vai ser boba! Quando eu for igual ela eu não vou dormir nunca!!
(Fecha os olhos)
Mas mãe, mãããe, olha um pouco pra mim, presta atenção em mim! Olha, vou dormiiiir.
(Dorme)
Mentiraaaaaaaaaaaaa!!!!!!
(Lindo e maravilhoso sorriso banguela, mas agora com cara de sono)
Aí viu! Funcionou! Agora ela ta doida pra me pegar no colo!
Pegou! Ei, ei, isso não funciona comigo mais não! Eu já sou moça! Esse negócio de balançar até cair no sono é coisa de recém-nascido! Eu já tenho 3 meses e meio! Pode parar! Pode parar! Pode parar!
“Haaaaaaaaa fun fun fuunnn”

E enfim dorme como uma anjinha...

Laura dormindo com 3 meses

sexta-feira, 28 de março de 2008

O Parto

Pedro, Laura e eu (?)
3 de fevereiro de 2007



Janeiro de 2007, férias, nada pra fazer, esperando a Laura resolver nascer, e nada. Como mãe de primeira viagem estava muito nervosa, tensa, até que não aguentei esperar mais e marquei a cesária pro dia 3 de fevereiro, completando 39 semanas de gravidez. (Pra quem não sabe normalmente uma gravidez dura 40 semanas, mas eu não queria esperar mais.)

Primeiro, sei que não sou uma pessoa muito normal, portanto não sou exemplo.

Continuando, comecei um jejum as 20 horas de sexta e meu "ilustríssimo" cunhado resolveu fazer uma comida que cheirava a casa inteira, não comi, resultado: mal humor antes de dormir.

No sábado as 6 horas acordei melhor, com muita fome, muita sede e vontade de voltar atrás e esperar a Laura nascer de parto normal.

Fui pro hospital, deixaram (minha sogra e meu pai) tudo pago e fiquei no quarto, uma tensão terrível. E o tempo não passava e o médico não chegava. Quando fui trocar a roupa pra colocar aquele macacão azul terrível eu perguntei pra enfermeira se podia desistir e esperar o parto normal, ela riu e falou o que mais doía era o soro que colocava na mão.

Lá estou eu sentadinha na mesa de cirurgia e vendo chegar a equipe médica, o meu obstetra anotando não sei o quê a enfermeira contando pra ela da festa da noite passada (SERÁ QUE ELA TÁ DE RESSACA????), o anestesista, a tia enfermeira e a pediatra, todos rindo, acredito que era do meu desespero.

A tia enfermeira colocou o soro na minha mão, doeu, o doío normal, e o anestesista foi me dar a anestesia, não senti nada, deitei e comecei a não sentir nada no corpo, o desespero começou a tomar conta de mim, eu parecia um frango a ser abatido, na verdade uma rã, daquelas que se abrem no colégio, realmente é uma posição é muito parecida, e como demoraram pra colocar o maldito paninho na frente, meus braços amarrados na mesa de cirurgia aumentou meu desespero.

Eu: Ai, tá demorando demaaaaaissss!!!!!! Aaaaaaaaaaaiiiiiiii!!!!!

Médico: Pode gritar o que você quiser, menos “ai”, senão eu vou achar que você está sentindo dor.

Beleza! Visto meu desespero, o anestesista começou a conversar comigo, perguntar o que eu fazia da vida.

- Sou estudante de História (abrindo o sorriso pra mostrar o meu maior orgulho até então). Sabia que cesariana é porque o Júlio César, aquele mesmo que foi marido da Cleópatra mandou abrir a mãe dele pra saber de onde ele veio.

Ele sabia disso óbvio, mas fez cara do bobo. A enfermeira que segurava a minha mão só ria. E eu soltava as amarras dos braços e ficava pedindo “pelamordedeus” um copo de água.

Nasceu! Nasceu!

- Olha como é carequinha! – disse a enfermeira que segurava a minha mão.

Eu já sabia que ela ia ser careca, eu era, meu marido também era. Não tinha porque nascer com o cabelo, veio a pediatra e me mostrou o bebê mais lindo e com a cara mais emburrada do mundo, parecia que a Laura me olhou com cara de “ei, porque você me tirou daqui de dentro, eu não queria sair agora!”

Agora, mais do que nunca eu queria sair daquela mesa de cirurgia pra pegar direito o meu neném nos braços. E comecei a “agilizar” a equipe médica:

- Eeeei, vamos embora com isso, tá demorando demais! Opa, que que é isso que você tá colocando aí no soro?

PUF! Dormi! Para a felicidade da equipe médica.

Acordei quando já tinham terminado tudo estava saindo da sala de cirurgia e a primeira pessoa que eu vi foi meu vô Moyzés que perguntou:

- Como você está?

- Eu tô muito doida.

E voltei a dormir.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Apresentação

Meu nome é Ana Cláudia, mais conhecida como KaKá, desde a infância (não sei o porque do apelido), tenho 20 anos, sou estudante de História, estou no último ano da faculdade e não vejo a hora de terminar.

"Mas não era bem disso que eu queria falar..."

Sou mãe da Laura, 1 ano, 1 mês e 24 dias.

Criei o blog para escrever sobre as minhas experiências como mãe, um tanto prematuramente já que descobri a gravidez tinha 18 anos. Certo, faltava uns dias pra fazer 19. Isso foi em 2006, no segundo ano de faculdade, e, pra falar a verdade, nunca tinha pensado em ser mãe. E, entrei em crise, acho que nunca chorei tanto na minha vida. Mas depois estava me amando barriguda (ou nem tanto), me achava linda apesar de ter voltado todas aquelas espinhas que eu tinha custado a fazer elas sumirem do meu rosto.

Bom, sei que blog não pode ter post longos porque senão ninguém tem paciência de ler. Aprendi isso numa aula do curso de Jornalismo que fui ver com meu namorido (namorado + marido). E também porque não consigo escrever mais já que acabei de pegar a Laura com um jarro de vidro nas mãos que ela tirou do armário da cozinha. E já ta quase na hora de arrumar o almoço dela.

Amanhã conto o parto.
Pedro, Laura e eu